Temos assistido diariamente a catástrofes ambientais, que afectam as produções agrícolas e a economia mundial. Em relação ao café como é que vê o seu futuro da cultura do café em várias regiões do mundo face às Alterações Climáticas, que já se fazem sentir um pouco por todo o mundo?
Essa é para mim uma situação de alguma preocupação. Neste momento temos os nossos stocks, tudo gerido com muitas regras, porque uma empresa que consome apenas um produto tem de ter tudo isso programado. Mas como os preços e as outras dificuldades têm vindo a crescer e o café vem muitas vezes de regiões instáveis do Globo, há que contar também com as dificuldades dos transportes. Até à data, e felizmente, o café não tem tido motivo de faltar, o maior problema é mesmo a falta de transportes, e já há cafés cujo preço subiu 170 %.
As Alterações Climáticas preocupam-me e devem preocupar qualquer cidadão, assim como o que se passa com a pandemia, é algo que deve preocupar todos. E que tem de ser debelada com a educação e com a conduta correcta de cada um. Não é fácil dizer que “o caminho é este”, mas nestas coisas aparece sempre muita gente a querer aproveitar para ganhar dinheiro. No nosso caso, longe das produções, mais complicado é, tenho de programar umas viagens para ir a esses sítios para perceber bem o que se passa, mas se calhar já não estou com idade para fazer viagens nesta altura [risos].
Entrevista de Eduardo M. Raposo e José Alex Gandum gentilmente cedida pela Revista Memória Alentejana
Fotografias de José Alex Gandum
Sem comentários:
Enviar um comentário